Ouvi alguém dizer que não gostava de poesias
Isso é possível?
Parei pra pensar a respeito, tentando encontrar razões que justificassem essa afirmação
Mas o que é poesia, afinal?Alimenta a alma de quem lê ou de quem escreve?
Torna-se verdadeira na medida em que se deixa o coração falar?
Costuma estar relacionada a algo ou alguém?
As perguntas invadem sem pedir licença,
Como se soubessem o momento exato para estarem lá.
Talvez não haja resposta, apenas a individualidade desse gosto
Ninguém = Ninguém, e nem poderia ser
Pode existir um "quase" dentro de cada um
Mas "quase" não conta
Quando se escreve, pode-se não conseguir expor o que se gostaria,
Mas sempre há a necessidade de se fazer ouvir
É como tropeçar cada vez que se anda
Esconder-se em lugares óbvios
É um processo de tentativa e erro
E errar nem sempre traz prejuízos
Na poesia, as palavras são dispostas como um quebra-cabeça
Explodem à mente como se estivessem numa guerra interna
Criando defesas e montando trincheiras, sem intençao de ferir.
Concluí que não faço poesias, apenas escrevo
É um ato livre e despretencioso, como o desejo de uma criança
Mas nunca ignorado
Ser poeta é ser compreendido?
É ter seus segredos descobertos?
É sonhar alto debruçado numa folha de papel?
É transformar letras em pensamentos?
É visualizar o abstrato em realidades quase palpáveis?
É provocar arrepios nos incrédulos e suspiros nos devotos?
Perguntas e respostas sempre andarão juntas na poesia
Desencontradas na intenção, mas reveladoras em sua excessão.
Ritmos e Rimas vão dos pés à cabeça num segundo
Tempo necessário pra emocionar
Fazer poesia é tudo isso junto
É conseguir fazer chorar a partir de um motivo pra sorrir
É um dom que só alguns possuem
É uma arte.
"Escrever o que se pensa é doar-se às palavras tão cegamente quanto o mergulho da gaivota ao mar, em busca de peixe" (Giuliano).
"Poesia são pensamentos que respiram, e palavras que queimam." (Thomas Gray)
"Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
Não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!" (Mario Quintana)
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